quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

DESPEDIMENTOS NO ALGARVE NOTICIADOS DESDE O INÍCIO DO ANO


O desemprego no Algarve não é de agora.
Nos útimos anos tem vindo a crescer de forma descontrolada sem que os Governos e as entidades regionais façam algo de positivo para o combater.
Pelo contrário, as actuais medidas governamentais acentuam deliberadamente o seu aumento.

Imagem de uma Vigília em frente ao Governo Cívil de Faro, promovida em Março de 2009, pela União de Sindicatos do Algarve.


A notícia mais recente é de ontem pela Agência Lusa informando que a Delegação de Faro da TSF foi encerrada pela direcção de Lisboa, sendo despedida a jornalista que a mantinha em funcionamento.

A situação mais grave até agora neste ano é a dos trabalhadores de unidades hoteleiras da região pertencentes ao Grupo Carlos Saraiva, em que um dos canais televisivos noticiou este fim-de-semana o despedimento de cerca de 70 trabalhadores dessas unidades hoteleiras e que continuam com vários meses de salários em atraso. Este grupo empresarial, que está em processo de venda para outro grupo, já abandonou as actividades de construção civil tendo então despedido mais de 300 trabalhadores também no Algarve.

No início de Fevereiro vários jornais online noticiaram o encerramento do Centro Novas Oportunidades (CNO) de S. Brás a cargo da Associação INLOCO e posteriormente a sua manutenção mas apenas até Agosto próximo.

Em meados do mês foram amplamente divulgados os dados do INE referentes ao desemprego no país e na região no último trimestre de 2011. Conforme também referimos no post anterior do nosso blogue, o Algarve registou o maior número de desempregados a nível nacional: 17,5%, correspondendo a mais de 40 000 trabalhadores.

No mês de Janeiro foi noticiado e denunciado pelos partidos da oposição parlamentar o encerramento do CNO da Escola de Hotelaria de Faro que interrompeu a formação de mais de 1100 jovens que aí frequentavam diversas acções de formação. Também aqui diversos trabalhadores contratados pela Escola de Hotelaria para leccionarem as formações correm o risco de serem despedidos.

Igualmente grave é a perspectiva de despedimento colectivo em que se encontram os 25 trabalhadores do Hotel dos Navegadores em Vila Real de Stº António. Esta situação foi alertada pela concelhia local do PCP.

Finalmente, a primeira notícia do ano sobre despedimentos que encontrámos noticiada pelos jornais algarvios, refere-se aos 21 trabalhadores do Hotel Monte Casal em Estoi, os quais já foram despedidos no fim do ano passado e que se encontram ainda com salários em atraso de vários meses.
Segundo as notícias de então a Assembleia de Credores desta empresa vai hoje realizar-se.

Assim, só pelo que foi noticiado na Comunicação Social, foram despedidos ou estão em vias disso pelo menos 471 trabalhadores no Algarve. Apenas em mês e meio. E sabe-se que aquilo que os jornais noticiam é somente o que ganha foros de notícia, por ser mais escandaloso, seja pelo grande número de pessoas atingidas, seja pelo carácter absurdo do despedimento como foi com a jornalista da TSF. 

Muitos despedimentos, rescisões de contrato ditas amigáveis, não renovações, continuam a ocorrer sem que tal venha a público. Por umas e outras causas é que o Algarve está sendo o dramático recordista do desemprego em Portugal.

Sem comentários:

Enviar um comentário