O desemprego no Algarve não é de agora.
Nos útimos anos tem vindo a crescer de forma descontrolada sem que os Governos e as entidades regionais façam algo de positivo para o combater.
Pelo contrário, as actuais medidas governamentais acentuam deliberadamente o seu aumento.
Imagem de uma Vigília em frente ao Governo Cívil de Faro, promovida em Março de 2009, pela União de Sindicatos do Algarve.
A notícia mais recente é de ontem pela Agência Lusa
informando que a Delegação de Faro da
TSF foi encerrada pela direcção de Lisboa, sendo despedida a jornalista
que a mantinha em funcionamento.
No início de Fevereiro vários jornais online
noticiaram o encerramento do Centro Novas
Oportunidades (CNO) de S. Brás a cargo da Associação INLOCO e
posteriormente a sua manutenção mas apenas até Agosto próximo.
Em meados do mês foram amplamente divulgados os
dados do INE referentes ao desemprego no país e na região no último trimestre
de 2011. Conforme também referimos no post anterior do nosso blogue, o Algarve
registou o maior número de desempregados a nível nacional: 17,5%,
correspondendo a mais de 40 000 trabalhadores.
No mês de Janeiro foi noticiado e denunciado pelos
partidos da oposição parlamentar o encerramento do CNO da Escola de Hotelaria de Faro que interrompeu a formação de
mais de 1100 jovens que aí frequentavam diversas acções de formação. Também aqui
diversos trabalhadores contratados pela Escola de Hotelaria para
leccionarem as formações correm o risco de serem despedidos.
Igualmente grave é a perspectiva de despedimento
colectivo em que se encontram os 25 trabalhadores do Hotel dos Navegadores em Vila Real de
Stº António. Esta situação foi alertada pela concelhia local do PCP.
Finalmente, a primeira notícia do ano sobre
despedimentos que encontrámos noticiada pelos jornais algarvios, refere-se aos 21
trabalhadores do Hotel Monte Casal em
Estoi, os quais já foram despedidos no fim do ano passado e que se
encontram ainda com salários em atraso de vários meses.
Segundo as notícias de então a Assembleia de
Credores desta empresa vai hoje realizar-se.
Assim, só pelo que foi noticiado na Comunicação
Social, foram despedidos ou estão em vias disso pelo menos 471 trabalhadores no Algarve. Apenas em mês e meio. E sabe-se que
aquilo que os jornais noticiam é somente o que ganha foros de notícia, por ser
mais escandaloso, seja pelo grande número de pessoas atingidas, seja pelo
carácter absurdo do despedimento como foi com a jornalista da TSF.
Muitos despedimentos, rescisões de contrato ditas
amigáveis, não renovações, continuam a ocorrer sem que tal venha a público. Por
umas e outras causas é que o Algarve está sendo o dramático recordista do
desemprego em Portugal.
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