segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Estás à rasca? O teu estágio acabou? Não te renovaram o contracto?
Ganhas 2, 50€ euros à hora? Num call center? Numa grande superfície?
OK! Estás desempregado ou és precário!
E sabes bem que somos muitos! Demais até!
E que isto vai de mal a pior!
Se ficas doente, pagas mais; se queres estudar, pagas mais; se precisas de te deslocar, pagas mais.
E, não tarda mesmo nada, os teus pais vão deixar de receber o subsídio de natal e o de férias!
E os teus avós vão deixar de receber as reformas e subsídios idem, idem...
NÃO QUEIRAS SER RESPONSÁVEL POR ESTE RETROCESSO SOCIAL
Estás desempregado? Vem para a rua!
És precário? Vem para a rua!
Traz os teus pais. Traz os teus avós. Traz os teus amigos.
FAZ GREVE.
MOSTRA A TUA FORÇA!
a 24 de NOVEMBRO
junta-te à concentração de grevistas
no Jardim Manuel Bívar
às 15h
em Faro.

Maria vai com as outras

Se ela não ganhasse só o ordenado mínimo nacional (OMN) e mais aqueles trocos, de certeza que andava de fiat punto, fazia a revisão, a inspecção, abastecia de gasolina. E só nisto iam logo quatro empregos: o vendedor, o revisor, o inspector, o caixeiro.

Se ela não ganhasse só os quatrocentos e oitenta e cinco euros mais os tais dos trocos, ia todas as semanas dar um toque ao visual e somam-se a sobrevivência da cabeleireira, da esteticista e da manicure que iam mantendo as assistentes que iam mantendo cada qual mais uma casa de família.

Se ela não ganhasse só o OMN que prometem aumentar prós quinhentos mas não chegam lá…até ia jantar fora com ele sem ser no dia dos anos, uma vez por outra, de quando em quando. Era o homem das hortaliças do mercado, era a cozinheira, o dono do restaurante, o empregado de mesa que ela “ajudava” a garantir.

Se a ela não lhe cortassem agora metade do subsídio, com esses outros 485, punha as contas em dia: pagava parte das propinas do filho, saldava o IMI, mandava fazer os óculos e ainda comprava a prenda à sobrinha. Com o que viesse no Verão haveria de pagar o seguro, abatia a prestação da Cofidis, talvez conseguisse ir ao dentista e, quem sabe, talvez também fosse à praia, um fim-de-semana a Monte Gordo na excursão da Cooperativa.

Aí! Se ela não tivesse que pagar a casa, a aguinha, o gazinho, a luzinha. Aí! Se ela ao menos comesse ar com côdea, vento migado, chuva escalfada, tudo de marca branca. Ai!

Mas diz que ela come todos os dias e mais do que uma vez!

Diz que a vida é dura, que temos que fazer esforços, sacrifícios, empobrecer mesmo. E diz que isto é inevitável, que devemos dar graças a Deus que nos emprestaram dinheiro para pagarmos a dívida, e que ai de nós se não a pagarmos!

Diz que sim!

Diz que sim ou diz que não! Na verdade, a opção é sua! É dela! É nossa!

Se os ordenados mínimos se mantêm nestes mínimos, se o vendedor, o revisor, o inspector, o caixeiro, a cabeleireira, a manicure, as assistentes, se as elas todas deste País não investirem, se não gastarem, não há crescimento económico, não há sequer economia, não há dinheiro a circular, logo há desemprego, logo pouco investimento, logo pouco gasto, logo nenhum crescimento outra vez, logo sobrevivência. Apenas sobrevivência.

E agora se está disponível para se meter na vida dela, na vida deles, na nossa vida, se percebe que da dela depende a sua e da sua depende a dela, então digo-lhe que apesar de mais esse desconto no final do mês, ela vai fazer greve.

E aposto que leva o caixeiro, o homem do talho, o dos legumes, a assistente, a mulher que lhe cobra as propinas, a moça da papelaria onde compra as revistas de crochet, o condutor das Urbanas, o que limpa o lixo do bairro, a senhora dos totolotos, o professor do filho, o vizinho desempregado, o moço que lhe serve os cafés e …………………………aposto que com salários tão baixos, aumentos de bens e serviços e com os cortes anunciados só a greve leva a Maria a ir com as outras no dia 24 de Novembro.

NOTA: Em 2010, meio milhão de portugueses, recebia o rendimento social de inserção. No mesmo ano, cerca de 10,5 por cento dos trabalhadores por conta de outrem, a tempo completo, recebiam o salário mínimo (485€). No final de 2009, 118 mil desempregados recebiam o subsídio social de desemprego (338, 35€).

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Enfermeiros denunciam injustiças - Faro

No Hospital de Faro, 70 enfermeiros, 81 Assistentes Operacionais e 17 Assistentes Técnicos enquanto no Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio são 79 enfermeiros, todos com contratos a termo, alguns dos quais precários desde 2007.

O Despacho das Finanças e da Saúde n.º 12083/2011 de 15/Set. determina que as novas contratações e/ou a renovação das existentes terá de ser fundamentada e submetida a autorização. Contudo, a fundamentação exaustiva e o percurso até ao Ministério da Saúde, passando obrigatoriamente pela Administração Regional de Saúde, não se coadunam com os termos dos contratos, que entretanto vão finalizando…

No Hospital de Faro foram já despedidos trabalhadores nas últimas semanas e continuarão até ao final do ano, sendo que a esmagadora maioria, em ambos os hospitais poderá acontecer em 2012.

Sendo trabalhadores que ocupam postos de trabalho de natureza permanente já todos deveriam estar com contrato de trabalho por tempo indeterminado. É inadmissível que, em nome da poupança, se despeçam profissionais e que com isso se ponha em causa os cuidados de saúde aos utentes.

Quando passaram os Hospitais a EPE, o argumento era que permitiria melhor gestão e aproveitamento dos recursos. O que está à vista é precisamente o contrário! Mais grave, a maior parte deles está em falência técnica.

Relembrando factos recentes:
Hospital de Faro – Pagava 2,5 milhões de euros/ano ao referenciar doentes cardíacos para a Cruz Vermelha (privado). É ou não um desperdício?
CHBA – Segundo auditoria do Tribunal de Contas foi pago a um único profissional, 744 mil euros em 2009…. Mas não é caso único… A “moda” da subcontratação nos hospitais EPE tem arruinado o erário público… e continua!

As medidas do Governo para a saúde são profundamente “criminosas”. Não admitem e despedem, dificultam o gozo de direitos, diminuem para ¼ o pagamento de trabalho extraordinário ainda que as necessidades aumentem. Aumentam as taxas moderadoras, reduzindo a acessibilidade dos utentes.
O Objectivo é acabar com o Estado Social… desmantelando o SNS. Afinal a luta ideológica contra o Estado de Providência tem rosto e são os Ministros deste Governo!

SINDICATO DOS ENFERMEIROS PORTUGUESES

Faro, Portimão e Loulé são os concelhos com mais desempregados

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